A forte chuva
registrada no último dia 03 de fevereiro, no município de Itapajé, em nada
contribuiu para elevar o nível do açude Ipuzinho. A informação foi dada pelo
diretor do SAAE, Carlos Ribeiro, durante entrevista veiculada nesta
segunda-feira, dia 09, na rádio Atitude FM. Segundo ele, a ‘tromba d’agua’ que
caiu em aproximadamente cinquenta minutos contribuiu apenas para a retomada de
vazão do ponto de captação do Messias Coelho, no bairro Padre Lima. A captação
foi retomada durante menos de vinte e quatro horas à taxa de 40 m3/h, mas no
dia seguinte tudo já estava novamente seco. Apesar do bom volume de água que
caiu, o solo estava muito seco e o lençol freático em níveis críticos. Para
tentar recompor as reservas subterrâneas de água a terra absorveu toda a água
que havia se acumulado no dia anterior.
Como a precipitação
chuvosa aconteceu à jusante da parede do açude, os níveis do Ipuzinho,
atualmente em 5%, se mantiveram os mesmos. O ideal é que a chuva tivesse
ocorrido a montante da barragem, ou seja, na região da serra de Soledade, onde
correm os riachos que desembocam no reservatório.
Atualmente a captação
no Ipuzinho é feita em aproximadamente 145m3/h. Ainda segundo Ribeiro, o sistema
de adução, instalado provisoriamente pelo SAAE, já apresenta fadiga e é
necessária a construção de uma adutora definitiva. Muito embora apresente 5% de
sua capacidade de armazenamento, parte da água acumulada no reservatório compõe
o chamado volume podre, porção de água, aproximadamente 50% do total, misturada
à grande quantidade de matéria orgânica que não pode ser tratada pelo método convencional.
Se a quadra invernosa não se intensificar logo o sistema de abastecimento da
sede do município poderá entrar em colapso em quarenta dias.
Desperdício de água
Carlos Ribeiro sugeriu
a interdição parcial das obras de saneamento básico que atualmente estão sendo
realizadas no bairro Bela Vista. Ele acusa a empresa que está executando o
projeto de romper sistematicamente a rede de distribuição de água durante as
escavações das ruas, causando grande desperdício de água. Muito embora
operários da empresa tentem fazer a reparação da rede, Ribeiro afirmou que eles
não têm competência para tal serviço e é necessário, sempre que ocorrem tais incidentes,
que servidores do SAAE se desloquem até o local para fazer a correta
manutenção. Nesta segunda-feira, o diretor da autarquia municipal afirmou que
esteve no canteiro de obras e exigiu a interrupção parcial dos trabalhos,
deixando os operários livres apenas para tapar as valas existentes e recompor a
pavimentação das ruas.
*Mardem Lopes
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