Homenageamos este grande itapajeense
Francisco Moreira de Sousa, o precursor da radiofonia local.
As transmissões da “radiadora do Moreira” se iniciaram por
volta de 1955, direto do Studio Royal. O “Serviço de Alto Falantes Royal”, por
várias décadas foi o principal, quiçá, o único meio de comunicação existente em
Itapajé. Indiscutivelmente prestou
relevantes serviços a nossa comunidade. Quando o assunto era para ser conhecido
por todos, não havia dúvida, “divulgar no Moreira”. Além do pioneirismo na
rádio difusão, Moreira também foi dono de Clubes de dança. Os famosos Royal e
Royalzinho. Muitos jovens, e também “velhotes” dançarinos, embalaram suas
noites de Sábado ao som de bons conjuntos musicais que eram contratados para
animar os famosos bailes. A vigilância para que somente as “moças de boas
famílias” freqüentassem o principal (Royal) era cuidado com muito rigor.
Moreira pouco se posicionava com relação a assuntos críticos, especial os de
cunho religiosos e político-eleitorais. No entanto, na década de 1980, quando
da disputa eleitoral em que se enfrentaram os candidatos Raimundo Vieira Neto e
Luiz Gonzaga Saraiva, ao tomar conhecimento do candidato vencedor, pelo qual
torcia, logo ao saber do resultado, ligou o Serviço de Alto Falante Royal a
toda altura. Fez tocar uma musica do Benito de Paula, cuja letra dizia: “Tudo
está no seu lugar, graças a Deus, graças a Deus...!”.
Moreira, inteligentemente aproveitava-se da abrangência do sistema
de som, para fazer suas cobranças dos anunciantes que deixavam fiado algum
serviço prestado. Dizia: “Atenção fulano de tal, se tu não vieres me pagar até
amanhã eu vou dizer teu nome aqui na radiadora”. A ameaça quase sempre surtia
bons resultados! O momento crucial, para toda a cidade de Itapajé, que
simplesmente parava, era quando a canção italiana Il Silenzio começava a soar,
indicando o falecimento de algum itapajeense. Toda a cidade de Itapajé parava
ao som de Il Silenzio, de Nini Rosso, uma das maiores marcas da Radiadora do
Moreira.
Moreira nasceu em 9 de maio de 1907 e faleceu em 24 de junho
de 1992, uma quarta-feira, esquecido pela comunidade, pela qual prestou
relevantes serviços, sem que entoassem a sua querida canção Il Silenzio.
Itapajé pouco fez até hoje para homenagear esse tão
importante filho. Ainda está em tempo. Com a palavra os Poderes: Executivo e
Legislativo.
Fonte: Ribamar Ramos / Cesário Pinto