A decisão da
equipe econômica do governo da Presidente Duma Rousseff de reduzir custos da
máquina pública para economizar em 2015 R$ 66 bilhões representou um duro golpe contra a educação brasileira. Apresar da presidente ter definido a educação como a prioridade
das prioridades” nos próximos quatro anos, a pasta comandada pelo ministro Cid
Gomes deve perder R$ 7
bilhões, quase um terço do orçamento
previsto para este ano. Embora os números não sejam definitivos, pois o
congresso ainda deve votar com ajustes o orçamento da União para o exercício
financeiro de 2015, é certo que o corte na educação será gigantesco.
A contingência
de recursos ameaça o mais importante projeto desenvolvimentista da história de
Itapajé. Trata-se a implantação da extensão do campus avançado da Universidade
Federal do Ceará da cidade de Sobral em nosso município. O projeto capitaneado
pelo deputado federal Danilo Forte (PMDB) a partir do empreendimento visionário
do empresário José Maria Meio (in memoriam) que com recursos próprios construiu
o centro cultural Jardim de Anita está incluído na previsão orçamentário do
governo federal para este ano. Forte foi o relator da peça orçamentária e sua
atuação política foi decisiva para a inclusão do projeto. Os recursos da ordem
de R$ 45 milhões fruto de uma emenda de bancada articulada por Forte preveem a
construção de novos blocos de salas de aula no Jardim de Anita dependências
administrativas e demais estruturas necessárias à criação do campus itapajeense.
O reitor da UFC
Jesualdo Farias recebeu oficialmente no dia 09 de janeiro de 2014, a posse do
Jardim de Anita após doação feita pela família de José Maria Melo. Devem
funcionar no complexo universitário os cursos de Artes Cênicas, Biologia,
Física, Geografia, História, Letras, Matemática, Pedagogia, Química,
dentre outros, beneficiando pelo menos 1.800 alunos. No terreno há também um
anfiteatro com capacidade para 150 pessoas e um teatro com capacidade para 420
lugares. Com a implantação dos cursos universitários o perfil social de Itapajé
se transformará radicalmente. Deixaremos de ser uma cidade de vocação ainda
agrícola em uma cidade de vocação universitária. As cidades universitárias são
pujantes têm ‘locus’ próprio, cultura singular e influenciam a formação
cultural e intelectual de seus habitantes. Ademais a economia ganha nova
dinâmica, o mercado imobiliário e de serviços cresce e gera empregos. O
entretenimento passa a constituir um nicho importante do mercado local.
Mas essa esperada
transformação está ameaçada pelo corte de recursos do Governo Federal no
orçamento do Ministério da Educação. Com os cortes novos empreendimentos ficam
ameaçados e devem ser adiados ou suspensos. A bancada cearense no Congresso
Nacional terá que demonstrar força e habilidade política para que não percamos
tão importante investimento.
*Mardem Lopes