A segunda fase da Operação Caixa 2, deflagrada pelo
Ministério Público do Ceará (MPCE) e pela Polícia Civil nesta quarta-feira
(17), efetuou as prisões do presidente da Câmara dos Vereadores, da ouvidora
municipal (mãe do vereador) e da primeira-dama de Pentecoste (a cerca de 90 km
de distância de Fortaleza). Os três familiares (as duas mulheres são irmãs) são
suspeitos de integrar uma quadrilha que cometeu golpes em idosos para financiar
a campanha do prefeito de Pentecoste, João Bosco Pessoa Tabosa (PDT), eleito em
2016.
Promotores e policiais civis, comandados pelo promotor Jairo
Pereira Pequeno Neto e o delegado Régis Pimentel, cumpriram um mandado de
prisão preventiva contra o vereador Pedro Hermano Pinho Cardoso (PDT); e
mandados de prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica, contra a
ouvidora Maria Clara Rodrigues Pinho e a primeira-dama Maria Clemilda Pinho de
Sousa. Os investigados também foram afastados de suas funções públicas por
tempo indeterminado. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz da Comarca
de Pentecoste, Caio Lima Barroso.
O MPCE também pediu pela prisão e pelo afastamento do
prefeito João Bosco, mas a Justiça entendeu que os crimes foram cometidos antes
da sua gestão. "As medidas cautelares foram interpostas em razão dos
diversos embaraços realizados pelos investigados, com o intuito de frustrar a
investigação criminal, utilizando-se de seus cargos para obstruir a
justiça", explicou o promotor de Justiça de Pentecoste, Jairo Pereira
Pequeno Neto.
O advogado de defesa dos presos, Hélio Leitão, afirmou que a
detenção dos clientes era "desnecessária". "Essas pessoas
contribuíram com a investigação. Os fatos em apuração datam ainda de meados de
2016. Elas têm endereço fixo e nunca se furtaram de contribuir com a
investigação. Portanto, não há qualquer necessidade dessa prisão. Elas já
apresentaram a defesa no processo e estão aguardando a instrução criminal para
produzir provas", completa.
Estelionato e funcionários 'fantasmas'
Conforme as investigações, a quadrilha colocava um casal na
porta das agências bancárias para oferecer "ajuda" aos idosos e
desviar benefícios dos mesmos para a campanha de João Bosco. O prejuízo às
vítimas teria somado R$ 300 mil. A organização criminosa contava com apoio de
funcionários dos bancos.
Fonte: Diário do Nordeste