Sete óbitos por Covid-19 não seria um número tão alarmante
assim se não fosse o contexto. As mortes pela doença aconteceram em um pequeno
município de Tururu, na microrregião de Uruburetama, que, com cerca de 16 mil
habitantes, apresenta a mais alta mortalidade (número de mortes por 10 mil
habitantes) do Ceará fora de Fortaleza. Enquanto na Capital, com 1.503 óbitos,
a taxa é de 5,63, em Tururu a mortalidade atinge índice de 4,92 - o segundo
numa lista de mais 11 municípios com mortalidade acima de 2,37 por 10 mil
habitantes que o Ceará apresenta.
"O grande problema enfrentado é carência de leitos que
recebam os pacientes com sintomas mais graves e a central de regulação não
consegue dar vazão necessária", indica a secretária da Saúde de Tururu,
Roberta Alves. A titular da pasta aponta também o adoecimento dos profissionais
da saúde, a dificuldade de contratação de médicos e na aquisição de Equipamento
de Proteção Individual (EPIs) e a baixa adesão da população as orientações de
prevenção como fatores para a alta mortalidade na Cidade.
De acordo com a gestora, foram destinado seis leitos do
hospital municipal para o tratamento de enfermos da Covid-19, estando cinco
ocupados. O município não possui respiradores nem UTIs, sendo os casos mais
graves encaminhados para Itapipoca por meio da central de regulação do Estado.
"Na nossa regional, somente o município de Itapipoca possui respiradores e
UTIs, inclusive instalados nesse período de pandemia", indica.
A Cidade já está sob regime de lockdown desde o início de
maio, segundo a secretaria, com fiscalização do fluxo de veículos, entrega de
máscaras e kit de higienização além da desinfecção de veículos, aferição de
temperatura, cadastramento de pessoas com sintomas nas principais entradas da
Cidade. Fonte O Povo