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segunda-feira, 4 de março de 2013

240 MIL CEARENSES DEIXARÃO SITUAÇÃO DE EXTREMA POBREZA

A partir do próximo dia 15 de março, exatos 239.983 cearenses, ou cerca de 90 mil famílias, deixarão de viver em situação de extrema pobreza. O "salto" será possível através de uma ampliação do Bolsa Família, que prevê, com início nesta data, uma maior transferência de renda para brasileiros que já estavam inscritos no programa, mas que ainda possuíam um rendimento mensal per capita inferior a R$ 70, valor considerado mínimo pelo governo federal para que alguém não seja considerado extremamente pobre.

Especialistas destacam que condições inadequadas de moradia, de saneamento, de coleta de lixo e de serviços públicos essenciais, como saúde e educação, também podem indicar a condição de miséria Foto: Kid Júnior


Conforme esclareceu a assessoria de comunicação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) - pasta responsável pelo Bolsa Família e fonte dos dados citados - os aumentos nos repasses serão suficientes apenas para que as pessoas beneficiadas ultrapassem em R$ 2 a linha dos R$ 70 (por indivíduo), para que, assim, deixem oficialmente esta situação.

Por exemplo, se uma família de cinco brasileiros tem uma renda mensal de R$ 300, o que representa R$ 60 para cada, o governo federal transferirá mais R$ 60 (R$ 360 no total), fazendo com que a conta chegue a R$ 72 para cada um deles.

Diferença significativa
Carlos Manso, professor de economia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e pesquisador de questões ligadas à pobreza, reconhece que a iniciativa do Planalto é válida, pois, por mais que a quantidade de dinheiro a mais no bolso dos beneficiados seja aparente pequena, uma renda um pouco maior faz "muita" diferença no cotidiano de famílias em estado de carência absoluta.

"No entanto, é preciso ter cuidado e entender que a extrema pobreza, no Brasil, está muito além da renda mensal, mas também envolve condições inadequadas de moradia, de saneamento, de coleta de lixo e de serviços públicos essenciais, como educação saúde e segurança", lista o pesquisador. Carlos Manso acrescenta ainda que os R$ 70 levados em consideração pelo governo é um valor muito baixo, inferior aos US$ 2 por dia considerados pelo Banco Mundial, que correspondem a cerca de R$ 120 por mês.

DIÁRIO DO NORDESTE

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