Um bebê morreu durante um parto normal prematuro no Hospital
Municipal Dr. Pedro de Castro Marinho, em Irauçuba, na Região Norte do Estado,
na última quarta-feira (22). A família da mãe da criança denunciou o hospital
por negligência nesta quinta-feira (23), após parte do corpo do feto ser
desmembrado.
Depois da ocorrência no primeiro hospital, a mãe, de 18
anos, foi encaminha para a Santa Casa de Misericórdia de Sobral, onde foi
retirada a outra parte do bebê que ainda estava dentro da jovem.
Em nota, a Santa Casa da Misericórdia informou que "ao
ser atendida, identificou-se a cabeça fetal no canal vaginal da paciente. Foram
realizados todos os atendimentos necessários (curetagem uterina) e a paciente
está evoluindo bem".
Já o diretor clínico do Hospital de Irauçuba, Leonardo
Fernandes, informou que apesar de não ser comum, o desmembramento "pode
acontecer". "Não é relativamente comum, mas acontece. Está na
literatura obstétrica", declarou.
Alegações do Hospital
O diretor do Hospital de Irauçuba relatou ainda, que a
grávida estava com 23 semanas, cerca de cinco meses, e não seis meses como
informou a família para a polícia. O período, conforme Leonardo Fernandes, é
considerado "limite de abortamento e de um trabalho de parto prematuro
extremo".
Ainda segundo Fernandes, não foi auscultado batimentos
cardíacos do bebê antes do parto. Ele não soube dizer se a mãe foi informada,
naquele momento, que não havia sinais cardíacos.
O diretor clínico ressaltou que, durante o parto, o médico
precisou realizar uma "manobra padrão", porque o bebê estava
invertido - ou seja, com os pés virados para a saída do útero, ao invés da
cabeça. "Como já estava saindo, o tronco se desprendeu da vulva da mãe e a
cabeça ficou presa. Ele foi fazer a manobra padrão. Pegar o tronco e jogar um
pouquinho pra cima, para desprender. Quando ele fez isso, por ser feto muito
frágil, pela idade gestacional, desprendeu do tronco", completou
Fernandes.
Família indignada
Indignada com o ocorrido, a mãe da grávida registrou um
boletim de ocorrência contra o Hospital de Irauçuba por negligência na
quinta-feira (23). Na ocasião, ela informou que foi impedida de acompanhar o
parto da filha e que o médico ordenou que ela esperasse na recepção.
O diretor do hospital alegou, no entanto, não ter conhecimento
sobre a proibição e disse que não é algo comum. A jovem mãe de 18 anos relatou
que o pré-natal foi feito normalmente e que ainda iria a realizar a segunda
ultrassom da gravidez, já que na primeira não foi possível identificar o sexo
do bebê.
Perícia
A Perícia Forense (Pefoce) de Sobral foi até a Santa Casa
para realizar a perícia no corpo do bebê. Ao se deparar apenas com uma parte do
corpo, os peritos chamaram a polícia de Itapajé, responsável pela área de
Irauçuba, para acompanhar o caso. Em seguida, o tronco do bebê foi solicitado e
encaminhado para a sede da Pefoce em Sobral.
O delegado titular de Itapajé, Thiago Rezende, disse que o
caso será investigado a partir de segunda-feira (27).
DIÁRIO DO NORDESTE
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