De garçom do
Senado a dublê de Senador por meia hora. A pedido do Senador João Costa
(PPL-TO), o garçom Johnson Alves Moreira fez uma ponta de Senador para
que Costa não discursasse no plenário vazio. Como presidente da sessão,
já que não havia parlamentares para ocupar cadeiras enquanto estivesse
na tribuna, o Senador do Partido da Pátria Livre fez um discurso de 14
páginas sobre aborto e “direitos do nascituro à luz do sistema do
Direito romano e do ordenamento jurídico brasileiro”.
Com a TV
Senado focada só em sua imagem, Costa encenou para uma plateia
inexistente e gesticulou para o Senador falso, que retribuía com gestos
afirmativos de cabeça.
- Senhor
presidente, senhores Senadores, senhoras Senadoras, senhores e senhoras
presentes, e aqueles que acompanham esta sessão pela rádio e TV Senado –
começou Costa, para ninguém.
O
“garçom-Senador” virou motivo de piadinhas dos seguranças, que sugeriram
que ele fizesse um aparte. Indiferente, o Senador de verdade – suplente
– discursava. Para encerrar, outra mentirinha, como se o plenário
estivesse concorrido:
-
Considerando a exiguidade do tempo e o número de oradores, solicito que
as peças do pronunciamento sejam dadas como lidas. Obrigado pela
atenção! – disse, saudando o plenário, mas tendo à frente só o garçom,
também tocantinense.
- Gostei da experiência – disse Johnson.
Clésio Marques
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